Um poema por Tomaz Lamego
Overthinking
Era
uma vez, a
mente.
A
mente possuía um corpo.
O
corpo possuía os outros.
Os
outros possuíam demandas,
Demandas
essas que o corpo deveria satisfazer.
Então,
pela primeira vez, os outros pediram.
Pela
primeira vez, a mente ouviu e o corpo fez.
Não
foi suficiente.
Então,
pela segunda vez, os outros pediram.
Pela
segunda vez, a mente ouviu e o corpo fez.
Não
foi suficiente.
Então,
pela terceira vez, os outros pediram.
Pela
terceira vez, a mente ouviu e o corpo fez.
Não
foi suficiente.
Então,
da quarta vez, os outros exigiram.
Pela
primeira vez, a mente ouviu, a mente fez...
Nada
aconteceu.
Então
da quinta vez, os outros exigiram.
Pela
décima vez, a mente fez...
Nada
aconteceu.
Então,
da sexta vez, os outros exigiram.
Pela
centésima vez, a mente fez...
Algo
aconteceu.
Revoltados
com a negligência do corpo, os outros culparam a mente.
Quem...
pediu?
O
que...
pediu?
Como...
pediu?
Para
quem...
pediu?
Para
que...
pediu?
...
Por
que eu estou tão cansado?
Afinal,
fui eu que ainda não fiz nada...
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