Mars Red Sky
Crônica
Ah!
o stoner, que estilo maravilhoso. Que ideia fabulosa de associar rock
e drogas. Claro que esta combinação já foi usada no passado mas o
stoner rock se inspira dos pioneiros do rock psicodélico dos anos 70
para criar o stoner. Esse gênero aparece nos anos 90 com grupos como
Kyuss e Monster Magnet. Musicalmente, esses grupos vão aliar riffs
pesados, vocais melódicos, uma grande presença do baixo e uma
produção retrô. Abordarão temas como drogas, drogas,
drogas e drogas. O stoner vai-se tornar então um dos estilos
principais dos anos 90 e sua evolução vai continuar até hoje com
Queens of The Stone Age, Fu Manchu...e Mars Red Sky.
Então,
para esta primeira crônica, iremos falar de stoner rock com
o exemplo do grupo francês Mars Red Sky. Mars Red Sky é
uma banda originária de Bordeaux, fundada em 2007 por Julien Pras e
Benoit Busser que viria a sair da banda pouco depois. Falaremos então
do primeiro álbum de Mars Red Sky,.....Mars Red Sky (nem todo mundo
tem tempo para achar um título original) que saiu em 2011 gravado na
Espanha.
Podemos facilmente falar que a banda oferece uma mistura de stoner melódico que flerta com um groove psicodélico, (estilos basicamente compostos por pessoas que tomam drogas em excesso) mas para criar algo um pouco mais bárbaro imaginem se os riffs de Led Zeppelin e Black Sabbath fusionado com a distorção pesada de bandas como Fu Manchu, Clutch e Monster Magnet.
Ponham
nessa mistura uma boa dose de originalidade e obtém-se Mars
Red Sky. A particularidade de Mars Red Sky é de misturar vocais
aéreos com riffs bastante “old-school” mas cheios de efeitos
(daí a impressão que estamos voando ou estamos viajando com nossos
amigos através de um deserto).E ,por causa desta mistura, não
podemos classificá-los verdadeiramente no gênero stoner mesmo
se muitos elementos do stoner aparecem em sua música, o
que o torna muito diferente de qualquer grupo.
A
banda vai então nos transportar entre momentos pesados
como qualquer bom stoner e momentos lindamente atmosféricos
e psicodélicos. Assim, o álbum começa com o melhor título de Mars
Red Sky, Strong Reflection. E todos os ingredientes citados
antes estão presentes. Um som de baixo tão profundo
quanto distorcido, riffs pesados, cheios de efeitos, uma voz espacial
com “reverb”, tornando-se o som mais culto de Mars Red Sky. O som
é excelente, pesado mas de qualidade com uma linda produção nos
vocais e nos solos.
O
álbum vai assim variar entre tracks muito acessíveis como Curse,
Ways to Rome e momentos puramente psicodélicos em Marble Sky e
sobretudo o final The Ravens Are Back, que se termina em riffs quase
apocalípticos. Solos sublimados de “reverb” e de “fuzz” vão
vir preencher os diferentes títulos. A banda nunca está
se forçando e tudo parece natural e até surpreende durante o álbum
como no instrumental Saddle Point que representa perfeitamente o
torpor de uma viagem no deserto. Os sete títulos são assim
perfeitamente complementares, indo de pesado ao atmosférico. Mesmo
assim, o álbum consegue ser bastante acessível, aliando essas
influências stoner lindamente com suas raízes rock.
Pessoalmente,
este álbum é muito importante porque nos fez descobrir uma inteira
parte da música, o stoner. E é graças à este álbum que nós
passamos horas na internet à procura de grupos
desconhecidos de stoner. Mars Red Sky é diverso: hipnótico,
paquidérmico, vivo. Tudo explode num Big Bang cósmico que não para
de surpreender. Mars Red Sky é um grupo do futuro, jovem, e eles
ainda tem o mundo todo para conquistar. Abracem então esta viagem
nas planícies de Marte e não sereis desiludidos.
Tracklist
:
Strong
Reflection
Curse
Falls
Marble
Sky
Ways
to Rome
Saddle
Point
Up
the Stairs
The
Ravens Are Back
Massa. Tenho um ouvido péssimo e paradoxalmente adoro ouvir muita coisa. Vou procurar essa banda Mars Red Sky, adorei o começo do texto, quando vocês dizem que o stoner eh um estilo maravilhoso. Meus ouvidos desejaram se maravilhar. Vou ficar ligada em vocês. Beijo grande, parabéns pela iniciativa, Sindia.
ResponderExcluirNa mesma linha, recomendo uma ótima representante do stoner brasileiro (que inclusive já excursionou com a Mars Red Sky): a Rinoceronte, power trio gaúcho que carrega na sonoridade setentista com letras lisérgicas. Vale a pena prestar a atenção, os dois discos da banda são fortes. https://www.youtube.com/watch?v=HSIOz46QrQQ
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