Lost in the Dream- The War on Drugs
por Leonardo Chalhub
Uma recomendação musical por semana...
Ao
contrário das últimas recomendações musicais minhas, a banda de
hoje já goza de grande prestígio dentro da indústria musical, com
direito inclusive a um Grammy. Se trata da banda de indie rock The
War On Drugs, e seu álbum mais famoso, Lost In The Dream.
A
banda, capitaneada pelo vocalista/guitarrista Adam Granduciel,
começou em 2005, quando contava com Kurt Vile, que sairia
posteriormente em 2009 e formou uma bem-sucedida carreira solo, e
lançou 2 álbuns, Wagonwheel Blues (2008) e Slave Ambient (2011)
antes de conseguir seu maior sucesso em 2014, com Lost In The Dream.
Eu
não sabia disso na primeira vez que escutei a banda, e fiquei muito
surpreso quando soube, porque todo o disco tem um flow que
lembra muito as bandas dos anos 90. A música inicial, “Under The
Pressure’, é o símbolo disso, com um riff chiclete no teclado e
seu ritmo intenso e calmo ao mesmo tempo. Apesar de ser uma banda de
rock, o War On Drugs nesse álbum flerta com o shoegaze e o folk, com
o uso em quase toda música de sintetizadores e inúmeros efeitos de
guitarra, junto com violões e os vocais de Adam Granduciel, onde
também se percebe uma grande influência de Bob Dylan, como nas duas
últimas músicas “Lost In The Dream” e “In Reverse”. Esses
elementos combinados criam uma atmosfera e uma ambiência incrível,
que flutua entre passagens muito upbeat e outras mais
cadenciadas, como na sequência de “Red Eyes”, o principal hit do
álbum, e possivelmente uma das músicas mais felizes que já ouvi
(link abaixo), e “Suffering”, uma balada lenta e de “sofrência”;
o mesmo se repete entre “An Ocean In Between The Waves”, minha
favorita do álbum, com seus 7 minutos frenéticos, liderados pelo
vocal de Granduciel e uma bateria e teclados incríveis, e
“Disappearing”, com um ritmo lento e uma ambientação
hipnotizante.
A
atmosfera do CD, porém, nunca se perde nessas alterações, e até
por isso a banda não tem pudores em relação a duração das
músicas, que tem uma média de 5 a 6 minutos. Em nenhum momento o
álbum se arrasta ou parece muito longo, muito pelo contrário: tudo
flui em sincronia e você se sente capturado por essa atmosfera
singular do disco, o que faz ele ser uma ótima escolha para viagens
longas de trem ou ônibus.
Conheci Lost In The Dream em 2015 e de lá para cá se tornou um dos
meus álbuns favoritos, e que sempre guardarei com carinho comigo,
por isso o recomendo fortemente. Ele está disponível no Spotify e
no Youtube, junto com os outros 3 álbuns da banda, incluindo o mais
recente, “A Deeper Understanding”, que recebeu o Grammy de Melhor
Álbum de Rock de 2018.
Link
para ouvir no Spotify
Link
para ouvir no Youtube
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