quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Recomendação #15: Lost in the Dream

Lost in the Dream- The War on Drugs
por Leonardo Chalhub

Uma recomendação musical por semana...


Ao contrário das últimas recomendações musicais minhas, a banda de hoje já goza de grande prestígio dentro da indústria musical, com direito inclusive a um Grammy. Se trata da banda de indie rock The War On Drugs, e seu álbum mais famoso, Lost In The Dream.

A banda, capitaneada pelo vocalista/guitarrista Adam Granduciel, começou em 2005, quando contava com Kurt Vile, que sairia posteriormente em 2009 e formou uma bem-sucedida carreira solo, e lançou 2 álbuns, Wagonwheel Blues (2008) e Slave Ambient (2011) antes de conseguir seu maior sucesso em 2014, com Lost In The Dream.

Eu não sabia disso na primeira vez que escutei a banda, e fiquei muito surpreso quando soube, porque todo o disco tem um flow que lembra muito as bandas dos anos 90. A música inicial, “Under The Pressure’, é o símbolo disso, com um riff chiclete no teclado e seu ritmo intenso e calmo ao mesmo tempo. Apesar de ser uma banda de rock, o War On Drugs nesse álbum flerta com o shoegaze e o folk, com o uso em quase toda música de sintetizadores e inúmeros efeitos de guitarra, junto com violões e os vocais de Adam Granduciel, onde também se percebe uma grande influência de Bob Dylan, como nas duas últimas músicas “Lost In The Dream” e “In Reverse”. Esses elementos combinados criam uma atmosfera e uma ambiência incrível, que flutua entre passagens muito upbeat e outras mais cadenciadas, como na sequência de “Red Eyes”, o principal hit do álbum, e possivelmente uma das músicas mais felizes que já ouvi (link abaixo), e “Suffering”, uma balada lenta e de “sofrência”; o mesmo se repete entre “An Ocean In Between The Waves”, minha favorita do álbum, com seus 7 minutos frenéticos, liderados pelo vocal de Granduciel e uma bateria e teclados incríveis, e “Disappearing”, com um ritmo lento e uma ambientação hipnotizante.

A atmosfera do CD, porém, nunca se perde nessas alterações, e até por isso a banda não tem pudores em relação a duração das músicas, que tem uma média de 5 a 6 minutos. Em nenhum momento o álbum se arrasta ou parece muito longo, muito pelo contrário: tudo flui em sincronia e você se sente capturado por essa atmosfera singular do disco, o que faz ele ser uma ótima escolha para viagens longas de trem ou ônibus.

Conheci Lost In The Dream em 2015 e de lá para cá se tornou um dos meus álbuns favoritos, e que sempre guardarei com carinho comigo, por isso o recomendo fortemente. Ele está disponível no Spotify e no Youtube, junto com os outros 3 álbuns da banda, incluindo o mais recente, “A Deeper Understanding”, que recebeu o Grammy de Melhor Álbum de Rock de 2018.

Link para ouvir no Spotify
Link para ouvir no Youtube
Link para ouvir “Red Eyes”







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